foi quando chico.

tive uma infância entre cores e corações, d'outros sabores e de emoções (sou honrado). 
como todo 'outsider' que vem de lá - acho que posso contar; a primeira e primaria que junto aos meus foi na jabuticabeira na casa de Humberto - perto dali, eu fui morar tempos depois, mas me lembro da construção do pavimento superior onde hoje imagino dormem ainda as suas meninas. havia um balanço (perto a maquina de lavar, o tanque, a pia) a minha tia, fazia (e faz) um bolo que vou contar... difícil de imaginar, só o paraíso traduz lugar que aquele bolo podia levar. tenho lembrança de ainda criança esperava a hora pra o colégio com o leite perto e a balançar, o susto que o chico deu. - ele tinha um jeito nobre de se dar, de se portar, tinha também uns bons conselhos - alias os de lá ainda têm, beto me deu o melhor: não cabe aqui... - o que não me esqueço é que nós nos espelhos guardamos nossos os melhores desses empenhos, lá, todos os risos são verdadeiros. sou todo eu, de corpo inteiro - mas, aquela altura, no balanço daquelas horas, seu velho corsel - que era novo - me lançou num pulo com aquele susto, o leite todo se derramou. jorrou por sobre a roupa quieta que se esperava quarar com o sol que ainda não vinha. ninguém nunca soube, ele se sorriu, fez gesto em segredo de quando se pisca o olho com o dedo à boca, como quem pede dali, qualquer silêncio. foi bom o exemplo. presença de espirito.
hoje, quando me lembro, eu bem percebo quão quanto pode me ser sim sincero rir-se sem espelho. hoje eu bem me empenho e a isso. meu compromisso é não ter com a vida um só desperdício... vivo como se fosse já nunca o fim, mas esse inicio.

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