De estar de volta


Desembarquei ao sul com as colinas tarde da noite no dia que me mandou partir e eu fui. Os olhos estranhos sobre as marquises esquecidas aquela altura se mareavam com tudo aquilo que deixei uma vez mais as encostas do caminho. Estava com a fome e a sede de um tempo bom de sonhos de um tanto assim de inverno. Minha vida não é que andava mal, mas não agüentava mais as caixas se empoeirando em toda parte, os corretores que não correm nunca atrás, o cheiro estranho de morte e os cortes pelo corpo do homem que decidiu morrer no quarto ao lado, tudo era um inferno em minha cabeça que nunca andou tão sem lugar em um só momento... Nem é que eu goste assim de um sofrimento, mas me coube bem o descaminho ate aqui... li o livro que você não quis de volta, chorei no quarto ato e me vi com tudo ainda por viver, se com ou sem você eu não tenho um plano b, já estou vivo e me estou aqui cheio de mim com as coisas e tanto ainda pra encontrar pra te sentir na boca o gosto de fruta madura e o cheiro de chuva doce no céu de seus cabelos... – sabe no meio disso me ocorre sempre um pensamento: ta ligada que o cheiro de sorvete de morango não corresponde à cor? Pois é... Nem tudo tem de ter qualquer razão. Assim é também com o coração. Disso ele não entende nada.

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