vida outra é bobagem.

a historia é de "que cada qual me chega, me toma um pedaço" é mesmo assustadora .claro, deveria ser assustadora. e é. como "qual me chega e me toma um pedaço?!" como assim? me muda? vem, me entra pela janela, rancando tudo do lugar, deixando cheiro, gesto, e nunca mais se acontecer? o que me era entao? comum, eu era. e hoje ja nem sei mais não. sao todos responsaveis? sao todos entao, capazes de entrar e subverter? eu tambem posso? como é que é? eu tambem posso? que responsabilidade é essa que eu nao noto de falar o que eu quiser? de nao ter lisura? aquela polidez. era uma vez eu que acordei sozinho no meu pequeno apartamento que nem pagar eu guento, ando sozinho pelo quarto entre meu moveis imoveis inofensivos, aciono o interruptor que nao me interrompe de no meu quase cubiculo sem nenhum cubismo original. e no ridiculo ato de cagar, perder meu tempo sem pensar, penar, que pena? tudo isso é normal. algumas sobras. lixo, meu escremento - se sobravam nao eram minhas, certo? pra que tanto a-cu-mular? não é por isso eu puxei a cordinha? pra enforcar o tempo que eu comi, foi bom demais? tomar de um banho inda enfadonho inda com tudo pra limpar. ainda que sempre é um tanto faz? ontem estava cansado dormi com todo que eu trouxe e mais, dormi com o dia inteiro. é sempre assim. eu vivo sempre atrasado, sempre a um minuto de chegar; da picada, é sempre o fim? vez em quando eu passo, eu passo por mim nas ruas mas nao me acho quando ando a passear. e eu to sempre de passeio. sou daqueles que nao sabe pra que se veio. é sempre tanta coisa por notar. tanta coisa pra tensão. e é ouvindo um disco que eu passo a roupa pra botar pela manhã, essa é uma hora boa. nao que eu esteja a toa, mas na toada, é esse disco e ta comigo pra eu levar, bem coisa de fã. pra vida inteira. ainda lembro que era blur pra oitava serie, nos tempos de augusto maia; que era washing machine nos tempos da bluestar... radiohead pra estudar, e era rock em roll em serie, era sempre tanto som. e era duro, muito duro às tres horas da matina tinha eu pra levantar. e seguir so meu caminho - só, porque nao tinha uma alma aquela hora! e que eu pensava: calma, muita calma nessa hora. era ruim mas era bom, agora, quer dizer, eu ja ia querendo ir embora. odiava o meu trabalho e toda minha falta de tempo. odiava o meu provento; o tratamento, o meu nao-reconhecimento. odiava quase que o mundo, odiava tudo e entao o tempo , o vento, aquele todo pessoal, os meus proprios pensamentos, sobretudo sobre elas, sim, porque eu tambem dava historias pra elas. enredos fantasticos, seus fins dramaticos... era o divertimento pra ficar interessante meu trajeto ate o teto, ate onde ia chegar. e era do outro lado com a cidade. eu dava historias pra elas todas, pra todas aquelas pessoas e todo dia ou nunca mais. do outro lado com a cidade, tem noção? que nação é essa? eu ja nem tinha idade e andava em ponto de infartar. as vezes sentia mesmo que aquilo ainda ia matar em mim algo irreversivel, que ia ser o fim. olha, falta isso aqui direito. era ja meu estopim. era sempre assim... era sempre o fim do mundo. era sempre a gota dagua. eu nem fizera nada e o dia era ja só arrependimento. ah, mas da saudade aquele tempo... quanta falta. tinha o fretado pro centro, o pastel no acostamento, tinha o truco, o lucro todo ate a estação, pra velha baldiação - que pobre sempre se lasca. mas era mesmo um tempo muito do bom. e faz falta aquilo, ou não? sao tantos traços, se for se mesmo que cada qual toma um pedaço, que quanta coisa sou eu entao? ah, que precisão. que precisão... se cada um toma um pedaço, que faça um estardalhaço que trnace todo coreto, que lasque todo o refão. vida outra é bobagem, que mais bagagem? eu quero mesmo é ser com-fusão! tudo junto e misturado que é no embrolho nas asas do vento de ter todo contratempo e pra todo solução. quero é tudo em minhas mãos.

Um comentário:

Gustaf Jÿeratot disse...

00:26 tudo em desordem no ceu dessa cidade. onde é que está, onde é que está você?!

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