OS PÉS NO CHÃO

As palavras num papel. As linhas a ferro, os mártires no mármore. Eu não quero, mas me tomam pelo ouvido. Onde estão às tais barreiras? As correntes irão agüentar afinal? Um carro se aproxima da curva com cautela, as ruas se abrem tranqüilas. Os transeuntes transitam em transe, (ninguém repara). Posam tranqüilos seus sonhos num papel, alugam bicicletas conjugadas e sorriem sem parar, a curva se insinua sinuosa, mas tudo é tanto vaidade. Porta retratos pra guardar, poeira. Que tanto se eterniza? A rocha perdura sem final, as relações não duram tanto. Os palcos se esvaziam, os panos caem sobre a poeira e outras bobagens. Pra levar, bagagem. Reflexos e reflexões. Mosaicos de um tempo em vão. Saudade não tem parede. As rodas sem lugar, minha cuca fundida, - preciso descansar meu sol de dentro num canto qualquer de mim. Um beijo perdendo lascas, um homem posando sós, sem vento, - o tempo e os girassóis. Tudo é tão divino maravilhoso, diria o poeta, mas a pagina já se fechou. No canto dos olhos, eu sigo sem parar, num vôo lento, pesando a linha... Trilhando a historia. Uma outra estação, ja bem aí, já vem chegar.

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