CARTA BRANCA


Bem, meu caro,
vou-lhe elucidar (com) minha pequena (a) estória. Pres’-
tenção. Era madrugada quando eu deixei um avião na pista e pessoas pra nunca mais, companheiros de uma outra viagem, me acenam bandeira qualquer. Sei, não se faz sentido, mas não vim em busca de nada além de mar e plenitude. E um tempo pra sorte e amar-
rar as idéias, espírito humano aos meus e a feliz (de) cidade. Ter uma tranqüila idade pra criar minha estória, pra lá de onde vim não sobrou tempo. Não vou voltar, não sou daqui, nem novidade, mas não solte se vir saltar comigo às trilhas que apontam no horizonte.
Eu aceitei o convite, e foi durante a noite que eu achei “foi bom ficar acordado pra sair mais cedo”, e de min-
ha estória, alçar vôos maiores. Tranquei a porta e desci as escadas silenciando a vontade de voltar os olhos mirando um futuro bom. Eu não levei muito comigo. De cara vazia eu passei, e pela ultima vez por aquela calçada de tanto tempo e bon-
dade, mesmo, foi deus me acompanhar, e eu tive certeza, estava vivo.
Tive uma oportuna idade fora daqui que me deu foi estrutura psico-
(e) lógica de encarar os fatos irremediáveis e sem remendos da estória, da língua.
Tinha de voltar, e quando subi a murmúrios da tarde, e pela ultima vez, foi com meus olhos vermelhos que vi aquela cidade e seus castelos imperiais como se me fosse parte e realmente odiei partir, mas de trem, pra outra, eu já tinha a passagem, e voei depois de lá pra o Santos Dumont. Aluguei um quarto de hotel onde passei três dias e noites com aviões zunindo a cabeça, tremendo os quadros e a TV. Aguardava a visita de um estranho e amigo durante este tempo, tardou localizar, fui pra o Congonhas. Tomei de um café com minha mãe, conversamos sobre coisas da vida e tivemos um momento de paz. E voltei ao Rio, rever o editor que aguarda os guardados. E ensaiei foi de outro vôo, pro JK, no distrito federal. Fui primeiro registrado as fichas da ordem acadêmica universal. Ok. Não parei mais... Flor_
ianópolis pra Cosmo, Coimbra, San Thomé pra cima tudo é Salvador, se não, é salvação. Eu vim buscar aqui foi mais de mim.
De preceito e acordo de ser-se é sozinho, e produtivo. Mesmo que com meia da família aqui perto, eu não conhecia nada e ninguém aqui pra me ver chegar, vamos. A vida é sofrida, mas não vou chorar, viver de quê? Eu vou me humilhar? Tudo é uma questão de conhecer o lugar, quanto têm? Quanto tempo eu vou ficar? Sei muito pouco, de lá pra cá. “É nois”, vamos até o final.

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