INSIDE


Vez ou outra me acomete e toma alguma coisa que me bloqueia as idéias, me fixa e não resolve, é como se com o revolver dentro da boca, me faltasse balas, e me sobrasse angustia. Vez ou outra bate isso. Eu, submisso, me contrario, mas deixo sempre por tomar. Na infância era o abandono e o lance com meus pais, depois deu-se com a coisa de ter na rua a minha escola e molde sempre intenso e tenso de virar; corri as terras de estranhos estando sempre assim pra eles, entrando e saindo sempre de forma minha, quieto, prendendo sempre dentro o que não queria me guardar. Eu carrego o peso do que nem sei nomear, e vai por dentro, como um câncer, um rato faminto me roendo a carne. Agora é na cabeça, e antes que eu me esqueça, isso nem está por passar e ainda é crua a carne viva e dana.


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