Olha, eu não queria, mas...


Por favor, arrume o quarto, a cama; as coisas que você ama, elas precisam de um bom lugar. Não que não já soubesse pouco se irá levar, mas há de zelar com as outras. Bagagens são meras bobagens, cordas de se amarrar. Todo dia, dizia já sua menina - aquela qual fantasia - enforca a vida no nó dessa gravata e vai! A vida por aí se esvai, o copo já se esvazia... Eu sei; ninguém a isso merecia.
Não vá me perder por aí... (cansava, mas repetia).
O corpo não conseguia fazer o que antes fazia, até parecia fácil, você dizia. Interessante desafio. Queria ter tido um filho. Coisa feia de se dizer. Mas seria mais parecido. Estaria mais decidido no que fazer quando fosse então exigido. Você me impôs o êxodo - esse desmerecido. Odeio-me por ser permissivo! - diria o culto, mas eu: é foda isso. - faz mais meu estilo. Acho que odeio você. Acho que é mais comigo, o ser. Ou esse de não poder. Não sei. Eu nunca sei direito. Eu teria feito qualquer coisa pra mudar o jeito, esse triste e negro desfecho. Mas foda-se o seu desleixo! Esse eu me queixo de tudo e todo esse ato mudo - todo esse absurdo que acha justificar. Eu não quis mais ficar. Pronto! Pode culpar agora. Vai e espalha a história.

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