Você não vê daí, mas...

O copo se meia e a noite inteira, eu passei em claro, no escuro do quarto de dormir. Há um vazio que escorre no corredor. Está nessas paredes. Tudo aqui me lembra você. O copo se finda e a noite inteira agora já passou. Há ainda esse vazio que se espalha aqui, já tomou tudo e as paredes quase não se vê. Ele esta em mim agora. Estou cheio de tanto e sobro.

Eu já não caibo em mim faz tempo, isso não é novidade. De tão pesado sinto mesmo poder voar. Mas tenho sempre a sensação de um pedaço faltante, sobrando espaço, algo e o lugar – ah, e falta aqui, também é você. Você é tanto pra mim e importa, - importa sim que eu sofra. Alias, sou muito bom nisso ultimamente. Sou o ultimo que queria assim. Tem esse espaço que você ocupa; esse que pulsa e sangra; esse que cava e estanca sem se tocar, - sempre é um só riso. Mas nunca, um riso a sós. São tantos nós, é sempre. Tantos são os porens também, porem ainda é sempre ainda e até e quando. Eu sofro e sonho. Eu amo e encanto. Me esforço muito pouco ultimamente, também é verdade mas, por favor, perdoa. Sempre é sempre tão tanto e seus cortes, seu humor e estado e é tanto bruto, comigo, eu penso. Eu tenho medo e culpa sempre; eu tenho tanta sempre, eu sei.

Não digo que está errada. Somos sempre tantos no dia-a-dia, que é cotidiano também o estranho. Eu tenho me surpreendido tanto contigo e também comigo, com nossas ações ou a falta delas. Com as pedras todas sempre a mão pra serem atiradas... Atiramo-nos sem perceber, e é sempre, sempre é sem, e sem é querer, - motivos.
Ou não. O futuro me aponta a cara e avisa que eu me precise mesmo mudar, melhorar maravilhas se caso for pra ser e será. Será não é? Claro. Não tenho que pedir que mude em nada, mas posso sim dizer como me sinto diante e sempre. É o que posso fazer. E soa só. Te amo e aceito sempre, embora, e sempre ainda, não consiga me conter contrário. Eu contrario tudo tanto, te ceifo e sempre, sempre eu reclamo um tanto e tudo. E tudo sempre é tanto, eu sei, eu sei – É tão, é demais. Eu entendo. Eu estrago tudo e melo.
Mas eu não sei explicar nunca nada que eu tenho a dizer; não de uma forma simples, - queria ser mais simplório, sem meus trejeitos loucos, meus defeitos, - tantos. Sou sempre tão... Insano – eu penso: Insensato. Mas não basta admitir não é? Eu sei, eu sei... Eu reconheço.
Sou de outro plano mesmo, só pode ser isso. Sou mesmo esquisito, weird, merda. Eu me detesto às vezes, sabia? E às vezes pode ser hoje também. Que tal agora? Outrora, então... Tudo acaba sempre n’ou não.
Depois eu não suporto a idéia de estar comigo o tempo todo. Um tempo tolo jogado fora. Jogado em mim sem me caber na pele, sem me entender nem me entregar direito... É deve mesmo de ter razão, talvez eu não saiba amar. É o jeito. Mas eu te amo. Mas eu estudo e aprendo se for pra ser contigo, esse é o plano. Concorda e aceita? Você me aceita? Meu corpo e tudo e o resto inteiro?

O corpo reclama alguma dor, o corpo tem fome, sede, sentimento. Mas falta mesmo é o teu por perto. Do som, do tato, o cheiro, seco ou molhado. Estou cheio de falhar e, é tanto. Estou farto disso! Vou enfartar de tanta angustia, tanta demora em me acertar contigo... Bem que podia já ser domingo. Não vejo a hora de ver você, de tê-la em riso em solo e sombra. Sobra em mim desejo... A luz dos olhos, você é tudo e é sempre tanto. De tanta forma já nem tem uma. Você é toda, inteira e plena. Você é meu sonho. Me acorde o acordo de ser pra sempre, e leve. Leve-me contigo. Leve-me pra onde for. Mas cumpra. Não traga nada, comigo junto, tudo já está aqui. E amanheceu de repente agora. O dia está lindo lá fora. Tudo está indo muito bem... Tem uma garoa fina sobre a cidade. Uma saudade de um tempo bom faz seu caminho dela pra cá. Sou tão sozinho sem você aqui. Comigo junto, ta bem difícil de se agüentar...

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...