DE EVIDÊNCIA (Pra enfeitar amor)

Gosto daqueles que lidam palavras como esculturas, que entre suas molduras agradaveis, enquadram o todo e tudo que há de importar, e tocam. Grandes coisas ditas em coisas simples - Coisas que, bem ou não, devem ser ditas. Mas como eu? Logo eu, que sou tão eu, desse jeito que é sempre tão desajeitado. Como? Como me faria pra pintar o que de mim assim transborda, aos litros? O quê que em minhas veias finas se fazem ainda estreitas pra o que segue ao corredor, nelas correm, e com ardor. quase sempre é por um fio, quase sempre é de explodir, é de estourar. Como eu faria se me soubesse então? Talvez se do meu jeito, criasse eu, qualquer palavra... Mas veja, as flores todas se multiplicam com essa pressa, e é sempre pra eu te dar. E se der coragem, eu juro, 'inda te conto que quando eu conto contigo, eu conto é pra vida inteira, e eu conto é sempre. E daqui pra lá, é de maracujá a flor, e tambem, de laranjeira, pra enfeitar amor.

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