Trancage

as coisas precisavam mudar em mim aqui dentro e de um jeito e de outro eu ja andava me sobrando às sobras desta vida e a todo gesto indigesto que me apontam os amarelos os elos de se apequenar

as pessoas daqui desses dias desse lugar sao daquelas de contar com a sorte de se evitar a morte vindas de um outro lugar... seja antes o outro e nunca diante - por mais que adiante e nao conte nada, foi sempre o que os ouvi falar.

percebi que nao me cabia mais quando deixei de um banho em guaecá e andei a areia sentei a mesma pedra e resolvi chorar
chorei o que fiz contigo e principalmente o que deixei

chorei toda fraqueza e o medo de nao ser contigo a feliz cidade que entao merece - porque é uma princesa pra mim, uma rainha... e eu? quem sou eu meu Deus? eu tive tanto medo de lhe desapontar que foi entao o que fiz primeiro...

eu tive um ano dificil. é dificil pra mim encarar. 

chorei tudo o que aconteceu comigo e o ano inteiro que sofri sozinho vindo e indo de dor e a quimio chorei a radio e a saudade da minha cidade de ceu a pino de ser menino nos braços de minha mãe... ah, essa chorou comigo e me deu mais que pediu da força mais o que quer que fosse era ela minha mãe menina e nao podia eu reclamar ou baixar a guarda vim vi e venci digo isso rindo e dando risada a beira de toda calçada, a tudo e a todos se me quer saber: agradeço mesmo a oportuna idade e a Deus comigo. ha! sou eu só planos! e um riso largo e esse tempo que assim se estende se entende assim... não ha mais susto nem medo algum só mesmo a estrada e essa esperança - cara, não é continuar é ser o novo e não de novo sim recriar. dificil explicar: hoje sou outro.

e nesse que agora segue, 'inda é janeiro... vou tentar contigo mais que um amigo, mas contigo ter cara e carinho de tomar tua mão de te olhar nos olhos e pedir perdão... não é bem isso não, quero é tua mão e teu corpo em brasa. quero é essa casa e casar contigo... você ainda não vê mas estou eu àquela calçada.