A noite caiu

e o céu desceu quebrando o teto e se mandou pra casa vestido com seu corpo humano e pressa o homem e sua enorme vontade de esquecer os olhos vermelhos de tanto enxergar distancias. os ombros pesados, as unhas rachadas e um vazio pra encostar pressão. a rua no caminho pra casa andava escura e sem paciencia chutava as latas e as paralelas alguma estrela na mão caiu até que bem, mas se guiava com a lua que a nuvem escondeu a esquina escura que ia dobrar, e quando olhou, temeu. a noite tem uma boca enorme, ela berra com o medo e te empurra aos ouvidos, o caminho que ia com estranhos, entrando becos, deixando cheiros, os nervos por se romper pulando atalhos. a furia. o estrago. a noite cura o que quiser, depende do (b) ar. Chegou com a cara e o fogo a fumaça ladros com seu cachorro, batendo lata, os dentes na garrafa e gole assopro, entrou num salto porta a dentro quando se abriu era um portal dizia rindo como se nada tivesse entao lhe acontecido - e cá por nós, de repente nada até que vale a pena. rancou os quadros da parede, cortou as cordas da sua rede, tocou um disco do Roberto, girou num copo aberto e o corpo todo em pele e pelo jeito até que tinha mas não podia ver não tinha muito o que fazer num salto ao asfalto senao gritar tao alto ao que puder pulmão e pronto; no chão é arte, (...e o céu desceu pra ver - Disfarce)
*

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...