EU VI


Algumas coisas nos incidem, e não incidentalmente, nos cobra algum espaço. Eu sempre permito isso; como àquela menina maluca que entre sua dança e linguagem saltou a janela de meus pensamentos tirando tudo do lugar, tomou por seus instantes tudo que eu era e ocupava, e era o bastante. Eu a culpava por ser tão ela e era ela e aquilo me deixava louco. Pouco a pouco aquilo foi passando e tecendo um fio estranho que cercava o que surgia e limitava um sentimento lentamente. Tudo, dividia. Nascia ali certa amizade, sem muita cor, que por pura vaidade, também se esfria. E foi. Agora, outra vez, eu acho, vem e me chega. E vem com calma, querendo ao tão, almar amor. Tinha lhe visto passar por antes, mas quis então não ser tão eu. Depois de um tempo dei por conta que corria os cantos com os olhos no lugar bandeirava tudo, fitava mudo, mas todos perceberam. Vi que queria tanto vê-la que a falta toda transbordava olho afora, então pensei: Meu deus e agora? O mundo parecia então perder sentido, tivesse tido, faria falta. O que me mata é a coisa toda, a vida brinca com a gente bem quando a gente sente que sente e que tudo podia mesmo ser diferente, tomei da vista, olhei a pista, e pela ultima vez. Foi tentativa, voltei pra o onde, e dei de fronte com a moça rindo, me olhando fundo, girou meu mundo soprando um oi e aí que foi. Meu coração já mais não era meu...

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...